A gestão de riscos nas empresas é uma preocupação constante, mas será que estamos abordando essa questão da maneira mais eficaz? Muitos acreditam que a centralização das decisões de investimento e o foco excessivo nos riscos associados a novos empreendimentos podem, na verdade, aumentar a vulnerabilidade das organizações. Neste artigo, exploraremos uma abordagem alternativa que prioriza a criação de oportunidades e a adaptação contínua ao ambiente de negócios volátil.
1. O Foco Errado
Uma das críticas à abordagem tradicional de gestão de riscos é seu foco excessivo nos novos investimentos. No entanto, o maior risco muitas vezes reside na própria estrutura burocrática da empresa e na forma como ela é gerida. Ignorar esse risco interno pode levar a consequências graves.
2. A Complexidade do Mercado
O mercado contemporâneo é caracterizado pela complexidade, não apenas pela complicação. Os sistemas complexos são inerentemente imprevisíveis, o que significa que a avaliação centralizada dos riscos futuros pode ser enganadora. Entender um sistema complexo requer interação contínua com ele.
3. Tomada de Decisão Não Iterativa
A abordagem tradicional de gestão de riscos enfatiza as decisões "sim ou não" em vez de um processo contínuo de exploração à medida que mais informações se tornam disponíveis. Isso pode resultar em decisões inflexíveis e, por vezes, prejudiciais.
4. O Poder do Cliente
O cliente moderno detém o poder, com acesso a informações precisas e opções diversas. As empresas devem se adaptar constantemente para atender às necessidades mutáveis dos consumidores, mas muitas vezes esse fator é subestimado na gestão de riscos.
5. Descentralização
Lidar com contextos complexos exige uma abordagem descentralizada, com equipes menores interagindo diretamente com os clientes e ajustando suas estratégias com base no feedback. A ênfase na tomada de decisões centralizadas em grandes projetos pode levar a decisões de baixa qualidade.
6. Múltiplos Caminhos para o "Sim"
A hierarquia rígida pode sufocar boas ideias, já que convencer várias camadas de gestores pode ser um processo moroso. Em vez disso, as empresas devem criar múltiplos caminhos para aprovar ideias e promover uma cultura de experimentação.
7. Revisão Diferenciada de Grandes Apostas
É fundamental distinguir as decisões necessárias para diferentes tipos de projetos. Projetos menores podem ser aprovados de maneira mais ágil, enquanto grandes ideias que podem mudar a direção da empresa devem ser submetidas a um escrutínio mais rigoroso.
8. Decisões Multidimensionais
A avaliação de projetos deve ir além do retorno financeiro e considerar o desenvolvimento de novas habilidades e o fortalecimento das relações com os clientes. Como exemplificado pela Haier Group Corporation, a criação de ecossistemas de clientes pode gerar valor muito além dos retornos financeiros.
9. Desmistificando o CEO
Embora o CEO desempenhe um papel vital na tomada de decisões, é essencial envolver as pessoas mais competentes em todas as partes da organização na avaliação de riscos e oportunidades. A hierarquia não deve eclipsar a sabedoria coletiva.
10. Da Gestão de Riscos à Gestão de Oportunidades
Finalmente, a terminologia "gestão de riscos" pode criar uma perspectiva negativa em relação aos desafios. No atual cenário de estimular a inovação e combater a aversão ao risco, é mais apropriado se concentrar na "gestão de oportunidades".
Conclusão
A abordagem tradicional de gestão de riscos pode não ser a mais adequada para as empresas em um ambiente de negócios em constante evolução. Focar exclusivamente na mitigação de riscos pode, na verdade, aumentar a vulnerabilidade de uma organização. Em vez disso, as empresas devem adotar uma mentalidade de gestão de oportunidades, promovendo a adaptação contínua, a experimentação e a descentralização das decisões. Essa abordagem pode ajudar as empresas a prosperar em um mundo de constantes mudanças e incertezas.